PARANÁ

Centro-Oeste recebe projeto-piloto para destinação dos resíduos sólidos urbanos

Usina de Termomagnetização foi lançada como projeto-piloto em Roncador. O serviço é inedito no país envolvendo sustentabilidade e educação ambiental.

© Alessandro Vieira

O Centro-Oeste do Paraná ganhou a 1ª usina térmica no Brasil para tratar resíduos sólidos urbanos em pequena escala e com uma tecnologia inovadora. A Usina de Termomagnetização utiliza a tecnologia para tratamento de resíduos sólidos urbanos com sustentabilidade, transformando o resíduo em cinza.

O equipamento inovador foi inaugurado nesta quinta-feira (23), e irá atender os municípios de Roncador, Iretama, Mato Rico e Nova Cantu.

A iniciativa foi licenciada pelo órgão ambiental estadual como projeto-piloto dentro do Projeto Lixo 5.0, desenvolvido pela Secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).

O objetivo é resolver um problema comum a todos os municípios, que é a destinação final de resíduos sólidos urbanos.

De acordo com o secretário Márcio Nunes, a incineração por Termomagnetização vem ao encontro com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“O Paraná sai na frente licenciando a primeira tecnologia de termomagnéticas do Brasil. É um empreendimento pensado para os pequenos municípios, com uma máquina que funciona sem barulho, fumaça ou mau cheiro”, disse.

A capacidade do equipamento é para processar até 20 toneladas por dia de resíduos. “Com esse espaço, esses quatro municípios passam a ser o centro da tecnologia para destinação de resíduos sólidos urbanos de maneira mais eficiente, barata e sustentável do Brasil”, afirmou o secretário.

A Sedest forneceu todo o suporte para instalação do equipamento pela empresa Ecodust (detentora da tecnologia). O investimento total para instalação da Usina foi de quase R$ 4 milhões por parte de todos os envolvidos.

O projeto conta também com a participação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Tecpar, IAT, na pesquisa, análise de emissão atmosférica, chorume e qualidade das cinzas, para que não prejudique o meio ambiente. O barracão que abriga o equipamento foi construído pela prefeitura de Roncador.

LIXO 5.0

O Projeto Lixo 5.0 foi criado para acompanhar estudos e reconhecer novas tecnologias/processos de tratamento de resíduos sólidos em municípios paranaenses.

O diretor de Políticas Ambientais da Sedest,  Rafael Andreguetto, afirma que este é um passo importante para a solução de um problema comum. “O projeto-piloto será a base para a criação de uma resolução que permita o licenciamento desses equipamentos em todo o Estado. Estamos falando de uma inovação”, disse.

O projeto deve ser aplicável e atender as necessidades dos municípios paranaenses no tratamento dos resíduos sólidos. Para isso, as soluções devem seguir premissas como pesquisa, desenvolvimento e inovação, e novas tecnologias/processos de tratamento de resíduos.

Além disso, é preciso oferecer economia circular/sustentabilidade; quebra de paradigmas, trazendo o  órgão ambiental para dentro do processo; e firmar parceria com municípios, empresas e instituições de pesquisa.

“É um sonho que começa a se tornar realidade”, disse o prefeito de Roncador, Vivaldo Lessa. “Esse projeto vem trazer soluções num tripé de desenvolvimento socioeconômico, social e ao meio ambiente. Estamos unidos nessa caminhada”.

O prefeito de Iretama, Same Saab, destacou a parceria entre municípios, empresários e Governo do Estado para a solução dos problemas nas cidades. “Exemplos como esse têm que ser seguidos”, disse. Segundo o prefeito de Nova Cantu, Airton Agnolin, haverá uma grande evolução na questão do meio ambiente.

TERMOMAGNETIZAÇÃO

A tecnologia consiste na transformação do resíduo em cinza, podendo diminuir em até 97% da massa do material introduzido no sistema.

As cinzas podem ser aproveitadas para fabricação de asfalto, blocos cerâmicos e insumo agrícola. A Sedest foi responsável por toda a articulação entre as instituições parceiras, dando suporte técnico para os profissionais do município.

O equipamento foi testado no início deste mês e conseguiu transformar com eficiência o material em cinzas. O coordenador de Gestão Ambiental da Sedest, Júlio Rietow, ressalta que o processamento de resíduos da região precisa do envolvimento da comunidade.

“Não é apenas a transformação dos resíduos em cinzas por uma máquina sustentável. É o envolvimento da comunidade através da educação ambiental, para que os resíduos sejam separados e destinados corretamente”, afirmou.

A Sedest irá lançar uma cartilha educativa e promover encontros com os moradores da região.

Governo lança ferramenta online para obter informações sobre resíduos

Durante a solenidade de inauguração da Usinade Termomagnetização, o secretário Márcio Nunes lançou a plataforma “Contabilizando Resíduos”, sistema estadual de informações sobre resíduos sólidos desenvolvido pela Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná).

A criação da plataforma digital também contou com apoio do Instituto Água e Terra (IAT). Ela foi legalmente instituída pela Lei Estadual 20.607 de 10 de junho de 2021 e teve seus critérios e procedimentos formalizados pelas Resoluções Conjuntas Sedest/IAT n° 20/2021 e n° 21/2021.

Os envolvidos diretamente na destinação final de resíduos sólidos devem preencher as informações para que o Estado consiga fazer um acompanhamento. Os dados ajudarão na elaboração de políticas públicas para o setor.

A ferramenta conta com dois módulos: um referente aos resíduos sólidos urbanos, destinados às administrações municipais, e outro ligado à logística reversa, direcionado a fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes ou seus representantes, de produtos e embalagens pós-consumo sujeitos à logística reversa.

Este módulo possibilitará o registro de Planos de Logística Reversa (PLR) e de Relatórios Comprobatórios do Plano de Logística Reversa (RCPLR), ambos analisados por uma equipe técnica responsável.

Os PLR e o RCPLR serão condicionantes para a obtenção e/ou renovação da Licença de Operação (LO), Licença Ambiental Simplificada (LAS) e Licença Ambiental de Conformidade (LAC).

(Fonte: AEN)

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