Igreja cria Pastoral da Diversidade no Rio e divide católicos
A Diocese de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, criou a Pastoral da Diversidade para discutir principalmente questões ligadas à comunidade LGBT. A criação tem causado polêmica, dividiu até religiosos católicos, mas movimentos LGBT se preparam para defender Dom Luciano Bergamim, bispo da diocese.
De acordo com Cátia Cilene, presidente do Grupo Ellos, ong que organiza a Parada Gay no município, novas reuniões do grupo serão convocadas para definir novas estratégias de diálogo com a Igreja Católica.
“Vamos elaborar novas propostas para enfrentarmos as críticas que surgirão. Não só em cima dele (bispo Dom Luciano Bergamim) quanto contra a gente também. Nova Iguaçu tem resistência para qualquer política voltada ao público LGBT”, expõe Cátia.
A dirigente classificou ainda a iniciativa da Diocese do município de um “marco na luta pelos direitos humanos”. Ela torce também para avanços nas legislações que criminalizam a homofobia.
A Diocese de Nova Iguaçu deu início, no último sábado, aos encontros da Pastoral da Diversidade, destinada a pessoas LGBTs. A iniciativa — inédita no estado do Rio — foi anunciada pelo próprio bispo da região, Dom Luciano Bergamim, de 73 anos.
A medida, entretanto, dividiu opiniões dentro da própria Igreja. O perfil pessoal do bispo chegou a ser atacado de críticas de católicos que acusam o bispo de deturpar a doutrina do catolicismo.
“ Teve gente que achou que era uma atitude errada. Jesus foi criticado e até crucificado. O objetivo não é dizer quem está certo, errado, se você vai para o céu ou inferno. O objetivo é respeitar, compreender, amar e acolher. Eu já sabia que seríamos criticados”, declarou dom Luciano ao “Mais Baixada”.
Esta é a terceira Pastoral da Diversidade criada no país (a primeira foi em Belo Horizonte e outra em Curitiba). No exterior, existem em Santiago, no Chile, Londres, na Inglaterra, e Los Angeles, nos EUA.
Com informações do Jornal Extra