Minha conversão aos 15 anos
Havia me batizado na época do Pr. Roberto Campaner, tinha 12 anos então. Mas com a adolescência aconteceram algumas coisas. Lia livros demais (alguns lembram disso) e revistas científicas. Tinha uma professora de Biologia que não acreditava em Deus e que pregava fortemente a sua descrença. Fui perdendo a fé. A ponto de chegar um dia e olhar para o céu azul no fundo do meu quintal e dizer: “Deus não precisa existir”. Comecei a afundar.
Um dia estava em casa e uma voz começou a me falar ao coração “Você já leu todos os tipos de livros. Mas não leu a bíblia. Examine este livro, examine a história que está nele”. Comecei a ler, desta vez por Provérbios. Lia e dizia: “Estas palavras são verdade, mas não preciso ser crente para concordar”. Li então Eclesiastes e amei cada palavra. Achava que o autor do livro me entendia quando dizia: “tudo é vaidade” (tudo é inútil). Sentia a minha vida assim. Sem significado, sem propósito.
Ao chegar ao final do livro um versículo me chamou muito a atenção: “E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne.” (Eclesiastes 12.12). Algo nesta palavra me tocou profundamente. Parecia que alguém que me conhecia profundamente estava falando comigo. E dizia exatamente o que era a minha vida: O sonho de ser escritor; que isso não me traria plena satisfação e que estudar demais estava me cansando até o corpo. Depois o texto diz: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Fiquei balançado na minha incredulidade. Larguei a bíblia.
Ia sempre a PIB de Cascavel com meus pais, no entanto, fazia tempo que não prestava atenção em muita coisa. Estava com 15 anos então. Numa noite o pastor que cuidava da igreja nesta ocasião pregou que a salvação era como um guarda-chuva… tínhamos que ficar debaixo para estarmos salvos. Algo mexeu lá dentro de mim. Pedi para falar com o pastor à sós no gabinete depois do culto.
Na ocasião troquei idéias com ele que eu não concordava com aquela colocação. Entendia que a salvação era mais do que isto. Mais poderosa do que um guarda-chuva. Conversamos bastante viajando dentro da bíblia. Quando de repente tive uns “estalos”. O que estava acontecendo comigo? Não tinha entrado naquela sala dizendo que era ateu? E agora estava crendo!! Conversando sobre Deus e salvação!
Enquanto conversava com o pastor sobre as histórias da bíblia eu vi as histórias da bíblia todas encaixando umas nas outras e formando uma história só. Então entendi que a bíblia não eram várias histórias, mas uma história só: A HISTÓRIA DO AMOR DE DEUS PELO SER HUMANO. Outra coisa: de onde me vinha a inspiração, as palavras que vinham em minha mente enquanto eu conversava com o pastor. Elas não vinham de mim. Era algo muito diferente pra mim naquela época. Parece que uma pecinha finalmente havia encaixado. A tal ponto que pude compartilhar com uma pessoa ao ir para casa: “Encontrei a verdade. A verdade que eu procurava.”
De alguma forma muito suave encontrei a Deus. Achei paz! Nunca mais senti o mesmo desespero de antes. Nunca mais senti minha vida insignificante. E a cada dia sinto que faço parte de algo muito, muito grande … a igreja do nosso Senhor Jesus Cristo. Tive lutas depois, e as tenho até agora. Mas me sinto tão vivo, em relação à antes. Tão cheio em relação ao vazio de antes. Sei que preciso crescer mais. Mas é tão bom servir à esse Deus tão maravilhoso. Sinto paz.
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