Paraná celebra Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência
O Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, comemorado nesta quinta-feira (11), foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Nesta quinta-feira (11), é comemorado o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Essa data representa um marco na promoção da igualdade de direitos entre mulheres e homens, no âmbito do sistema de aprendizado científico, que agrupa as disciplinas educacionais de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (mundialmente conhecido pelo termo STEM – Science, Technology, Engineering and Mathematics).
Nas Universidades Estaduais do Paraná, as mulheres estão presentes em todas as vertentes do ensino, pesquisa e extensão. Representam 50,82% do corpo docente e 55,12% dos agentes universitários, desempenhando papel essencial na construção de uma universidade mais igualitária. Em todo o mundo, segundo as Nações Unidas, as mulheres representam 28% dos profissionais graduados em Engenharias e 40% dos graduados em Ciência da Computação e Informática.
Para a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, a inserção de meninas e mulheres nos campos da Ciência é resultado de muito empenho e resiliência. “A presença feminina nas áreas de tecnologia acrescenta uma nova dimensão ao desenvolvimento de produtos e negócios, contribuindo para o crescimento profissional de uma nova geração de talentos, comprometida com a ética e a sociedade”, afirma a professora, refletindo sobre a importância de incentivar meninas e mulheres para que elas estejam na política, na tecnologia e nas ciências.
Com pós-doutorado nas áreas de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação, a professora Linnyer atua no Departamento de Informática do Centro de Tecnologia da UEM, onde é responsável por inúmeras atividades de Divulgação Científica e Popularização da Ciência. Exemplo disso é o projeto Manna Team, coordenado por ela, que é considerada a maior rede de ensino, pesquisa, extensão e inovação em Internet das Coisas (IoT) e Robótica do Estado do Paraná e uma das maiores iniciativas brasileiras nesse segmento.
Uma das participantes dessa iniciativa, Gabriele Vilas Boas Takano, estudante do quinto período de Engenharia Eletrônica, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Câmpus Campo Mourão; destaca a experiência de impactar no aprendizado de alunas das escolas públicas.
“É incrível poder incentivar as meninas na área de exatas e contribuir para mudar esse estereótipo de que a Ciência não é nosso lugar. Fazer parte do projeto me despertou uma vontade por empoderar, cada vez mais, as mulheres, inclusive em relação ao lugar que ocupo hoje, em um curso majoritariamente de homens”, ressalta a universitária, que também preside uma Empresa Júnior.
A professora Maria Luísa Ghizoni Gonzalez, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), observa que ainda existe preconceito, o que acaba reforçando certos estereótipos. “A participação feminina nessa área é de extrema importância, até mesmo como exemplo, para que novas gerações entendam que meninas e mulheres podem seguir qualquer carreira”, diz a docente, que atua há mais de dez anos no projeto Manna Team.
“Projetos como esse abrem novas oportunidades para pensarmos no futuro e nos ajuda a ter mais segurança e estímulo para pensar na carreira profissional e no que desejamos seguir. Somos acolhidas e desafiadas a assumir a nossa genialidade, e estimuladas para tomar posições em outras áreas e lugares”, afirma a aluna do terceiro ano do Ensino Médio, no Colégio Ivone Castanharo, em Campo Mourão, Jaiane Bressiani da Silva. Ela explica que o projeto ensina a não ter medo da tecnologia e a fazer o bom uso dela.
EVENTO – As professoras vão participar às 18h de um evento online, com a presença de outras mulheres cientistas de diferentes idades e instituições de ensino superior, além de professoras e alunas de escolas públicas. O objetivo é discutir a inserção feminina na produção de ciência em todas as áreas do conhecimento. A live pode ser acompanhada pelo YouTube, no canal do projeto Manna Team (clique aqui).
PROJETO – O Manna Team promove, há mais de 20 anos, inclusão e oportunidades, a partir de um ecossistema de formação de empreendedores com inteligência social, capazes de alavancar a inovação em diferentes áreas de conhecimento. As atividades são desenvolvidas com foco na Educação 5.0, Pensamento Computacional, Design Thinking e na Cultura Maker.
Os temas de pesquisa e inovação tecnológica envolvem, além da IoT e da Robótica, a Internet dos Drones (IoD), a Interface Cérebro Computador (ICC), a Inteligência Artificial (IA), Ambientes e Coisas Inteligentes, a Computação Urbana e os Jogos.
O projeto atende professores e estudantes do Ensino Médio, Ensino Fundamental I e II, e Ensino Técnico de escolas públicas de diferentes municípios, bem como estudantes e professores de graduação e pós-graduação de várias instituições de ensino superior. Ao todo, são 20 professores doutores, 16 mestres, vários instrutores e estudantes de diferentes cursos e instituições.
Nos dois últimos anos, o Manna Tean manteve atividades em escolas públicas de diferentes cidades do Paraná (Cianorte, Paranavaí, Jandaia do Sul, Apucarana, Campo Mourão, Maringá, Guarapuava, Santa Helena, Mandaguari, Tamboara, Alto Paraná, Borrazópolis, São Pedro do Ivaí, Marialva) e de outros estados, como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, além do Distrito Federal. Nesse período, pelo menos 12 mil pessoas foram impactadas, de um total de 40 mil ao longo de duas décadas de atuação.
Durante a pandemia do novo coronavírus, o projeto criou o kit manna_volt de introdução à eletrônica, que é enviado para as casas dos estudantes de escolas públicas.
COMEMORAÇÃO – O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015. O intuito é fortalecer o comprometimento de todos com a igualdade de direitos entre homens e mulheres pelos sistemas educacionais e em todos os níveis, desde a pré-escola até a educação superior, em estruturas formais e não formais, com impacto positivo na infraestrutura de planejamento e na formação de professores.
Foto: Divulgação SETI
(AENPR)