Pouso da Perseverance em Marte está previsto para amanhã
Equipamento vai avaliar amostras de rocha e do solo do planeta
Já encontra-se na reta final a contagem regressiva para o pouso da sonda norte-americana que colocará o veículo exploratório Rover Perseverance (perseverança, em inglês) no solo de marte já nesta quinta-feira (18). A missão, conduzida pela Nasa, pode ser acompanhada pelo site da agência.
O Mars 2020 Perseverance Rover foi criado com o objetivo de melhor compreender a geologia de Marte e procurar sinais de vida no planeta. Para tanto, recolherá e armazenará, com a ajuda de uma broca, amostras de rocha e solo que poderão ser devolvidas à Terra no futuro. Além disso, testará novas tecnologias que poderão beneficiar futuras explorações robóticas e humanas no Planeta Vermelho.
Em função da janela espacial que deixa Terra e Marte próximas durante alguns períodos, outras missões estão também em andamento, tendo como alvo aquele planeta. É o caso da sonda Hope (Esperança), dos Emirados Árabes Unidos; e da chinesa Tianwen-1 (Astronomia 1). As três sondas, duas das quais levam rovers (veículos exploratórios), têm missões muito diferentes, mas com um objetivo comum: conhecer melhor o planeta.
Cada sonda teve de percorrer uma longa etapa, cerca de 400 milhões de quilômetros entre os dois planetas, sem que as equipes saibam o desfecho de suas criações. Uma das fases mais críticas da missão é a de travar as sondas para que não cheguem demasiado depressa ao planeta, o que pode acarretar na destruição automática do equipamento em Marte.
O lançamento da missão Mars 2020 Perseverance foi em Julho de 2020, a partir da Estação da Força Aérea do Cabo Canaveral, Florida. O pouso está previsto para ser em “um antigo delta de um rio em um lago que outrora encheu a cratera de Jezero”. A expectativa é de que o veículo permaneça por pelo menos um ano em solo marciano, o que equivale a dois anos na Terra.
Câmera
O Rover Perseverance pesa cerca de uma tonelada e tem cerca de 3 metros de comprimento, 2,7 metros de largura, e 2,2 metros de altura. Há, nele, sete instrumentos inovadores que, se tudo der certo, poderão ampliar como nunca os conhecimentos sobre Marte. Um desses equipamentos é a Mastcam-Z, um sistema avançado de câmara com capacidade de imagem panorâmica com alta capacidade de zoom. Essa câmera poderá ajudar a determinar a mineralogia da superfície marciana e ajudar nas operações do veículo rover.
Outro equipamento enviado, a SuperCam, é um instrumento que pode fornecer imagens, análise de composição química, e mineralogia à distância. Há, ainda um espectrômetro de fluorescência de raios X e gerador de imagens de alta resolução para mapear a composição elementar em escala fina dos materiais de superfície de Marte. Esse equipamento permite detectar e analisar, de forma mais detalhada, os elementos químicos que compõem o planeta.
A Nasa enviou também um outro espectrômetro que, fazendo uso de um laser ultravioleta, produzirá imagens que possibilitarão o mapeamento da mineralogia e de compostos orgânicos. “Este será o primeiro espectrômetro Raman UV a voar para a superfície de Marte e fornecerá medições complementares com outros instrumentos na carga útil”, informou a Nasa. Ele inclui uma câmara a cores de alta resolução para a obtenção de imagens microscópicas da superfície de Marte.
Um experimento interessante a ser feito em Marte (a Mars Oxygen In-Situ Resource Utilization Experiment), tentará produzir oxigênio a partir do dióxido de carbono atmosférico marciano. “Se bem sucedida, a tecnologia Moxie poderá ser utilizada pelos futuros astronautas em Marte para queimar combustível de foguetão para regressar à Terra”, detalhou a agência espacial.
Por fim, a missão tem um conjunto de sensores (o Mars Environmental Dynamics Analyzer) que fornecerão medições de temperatura, velocidade e direção do vento, pressão, umidade relativa, e tamanho e forma da poeira; e um radar de penetração no solo que proporcionará uma resolução à escala centimétrica da estrutura geológica do subsolo.
*Com informações da Nasa
Foto: © NASA/JPL-Caltech
(Agência Brasil)