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Em Curitiba, prédios militares foram transformados em redutos da cultura

No lugar de pólvora, um teatro. No lugar do quartel, um cinema. Na sua história de 330 anos, em diferentes épocas, Curitiba mostrou estar à frente de seu tempo e, como uma cidade de inovações, transformou locais de uso militar em espaços dedicados à cultura.

A ideia de transformar espaços está presente desde 1971, quando um antigo paiol de pólvora virou teatro, o Teatro do Paiol, no bairro Prado Velho.

O Palacete Wolf, que foi sede da Fundação Cultural de Curitiba e atualmente abriga o Instituto Municipal de Turismo, no São Francisco, já foi quartel general do Exército. O Solar do Barão foi unidade militar antes de se tornar reduto das artes gráficas.

A Praça Rui Barbosa abrigou um imóvel do Ministério da Guerra, que depois deu lugar à Rua da Cidadania da Matriz, com seu auditório destinado a cursos e apresentações culturais.

O Palacete dos Estudantes, que foi tomado pelos militares durante a ditadura, é local de reuniões do Conselho Municipal da Cultura e de cursos promovidos pela Fundação Cultural de Curitiba.

Mais recentemente foi inaugurado o Cine Passeio, no prédio onde funcionou um quartel da 5ª Região Militar.

Seis locais de uso militar que viraram espaços culturais

TEATRO DO PAIOL

Em 1906 foi construído o paiol de pólvora, na região do Prado Velho, que 65 anos mais tarde, em 1971, seria transformado no Teatro do Paiol, o primeiro espaço cultural da Fundação Cultural de Curitiba. Em formato circular, o local que antes abrigava os explosivos em uma região menos povoada, se tornou um teatro de arena com capacidade para 250 pessoas.

PALACETE WOLF

Ao longo de toda sua história, o Palacete Wolf teve muitos usos. Construído no século 19 por José Wolf, inicialmente o casarão serviu para encontros sociais e eventos. Mais tarde foi ocupado por diferentes colégios e pela Loja Maçônica. Em 1886, foi alugado para o Corpo Policial da Província e durante a Revolução Federalista o Palacete foi transformado em Quartel General do 5º Distrito do Exército. Em 1975 passou a ser sede da Fundação Cultural de Curitiba e atualmente abriga o Instituto Municipal de Turismo.

SOLAR DO BARÃO

O conjunto de edifícios construído na Rua Carlos Cavalcanti em 1880 pertenceu ao conhecido ervateiro Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. O barão e sua família viveram no local até 1894, ano de sua morte. Sua esposa, Maria José Correia, administrou o espaço até 1912, quando o Solar foi incorporado à Fazenda Nacional, que o transformou em um quartel para o Exército. Permaneceu com essa função até 1975. No início da década de 1980, depois de passar por um processo de restauro, o Solar do Barão foi transformado em espaço cultural. Atualmente é sede do Museu da Gravura, do Museu da Fotografia, da Gibiteca de Curitiba e do Centro de Pesquisa Guido Viaro.

AUDITÓRIO DA RUA DA CIDADANIA DA MATRIZ

Em 1865 o Ministério da Guerra adquiriu um imóvel na Praça Rui Barbosa para instalar o Esquadrão da Guarnição Fixa da Província e o 2º Corpo de Cavalaria. Com o passar dos anos outras companhias ali se alojaram e o quartel foi ampliando suas instalações e a área ocupada. Em 1975, por meio de convênio entre o Município de Curitiba e o Ministério do Exército, o complexo de edifícios foi entregue à Prefeitura transformando-se, na década de 1980, num centro comercial. Em 1994, o traçado e a funcionalidade dos edifícios passam por nova remodelação para abrigar a Rua da Cidadania da Matriz.

PALÁCIO DOS ESTUDANTES

O casarão conhecido como Palácio dos Estudantes foi construído em 1918 pelo advogado Benjamin Baptista Lins de Albuquerque. Alguns anos após sua morte, o imóvel foi adquirido pelo estado e em 1959 foi cedido à União Paranaense dos Estudantes. Durante a ditadura militar, a entidade foi cassada e em 1968 o prédio foi tomado pelos militares. Enquanto esteve ocupado, um painel de Fernando Calderari de 1962, com elementos da resistência camponesa e luta pelo direito à terra, foi coberto com tinta pelo regime, sendo recuperado nos anos 2000. Desde 2013, o espaço é compartilhado com a União dos Estudantes e pela FCC, que ali realiza reuniões do Conselho Municipal da Cultura e promove cursos de arte.

CINE PASSEIO

Após a Revolução Federalista, no fim do século 19, o prédio que abrigava a Impressora Paranaense, fundada pelo Barão do Serro Azul, foi ocupado pelo Exército, dando lugar ao quartel da 5ª Região Militar. Em 1930, o espaço passou por uma reforma e ampliação para melhor suprir as necessidades do quartel. Em 2019, foi inaugurado no local o Cine Passeio, uma homenagem aos antigos cinemas de rua de Curitiba.

Foto: Acervo/Arquivo Público

Secom Curitiba

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