O evangelho segundo a TV Globo

Luiz Carlos da Cruz – Jornalista

Raramente assisto TV, de vez em quando um telejornal ou documentário, mas com frequência a televisão fica ligada, como pano de fundo, enquanto escrevo meus textos ou diagramo páginas de jornais em casa.

No meio da semana decidi assistir ao Jornal Nacional, mas no terceiro ou quarto bloco deixei a TV de lado e fui escrever. Pouco tempo depois algo me chamou a atenção. Estava ouvindo um testemunho de conversão e transformação de vida. Parei e fui ver o que estava acontecendo.

Confesso que fiquei maravilhado ao ver uma moça presidiária, personagem de uma novela, falando de forma categórica, e bem ensaiada, sobre como Deus havia transformado sua vida após ganhar uma Bíblia e passar a fazer estudo dentro da prisão. A retórica em muito parecia com o que a gente acostumou a ver em igreja neopentecostais espalhadas pelo Brasil

Mas, não era apenas ela, outro personagem também falava entusiasmado sobre sua conversão e o desejo de ser missionário. Pensei comigo: – Uau! A TV Globo resolveu tratar o povo cristão de uma forma respeitosa em um dos seus folhetins. Fiquei surpreso porque rotineiramente a emissora costuma desvalorizar a fé cristã.

No dia seguinte lembrei-me da história e decidi mudar de canal para ver o que acontecia. Desta vez, uma vilã arrependida decidiu voltar para o convento, onde passou sua infância, para seguir sua missão religiosa, mas a história deixava claro que era um falso arrependimento.

E, ao fim da história, a TV Globo na verdade não havia deixado de lado sua vocação de ridicularizar aos cristãos. A mocinha da história também era uma falsa convertida. Deixou o convento para ganhar dinheiro como pistoleira de aluguel.

Foi uma verdadeira agressão tanto à fé católica, quanto à evangélica. A mensagem que o folhetim tentou passar é de que Jesus Cristo é incapaz de transformar vidas. É a TV Globo sendo TV Globo.

No coração de todos os cristãos apenas Jesus é o “dono do pedaço”. Ele era, Ele é e Ele há de ser!