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Pastor evangélico estudou 4 horas por dia para fazer Enem e incentivar filhos e fiéis jovens: ‘Quero mostrar que dá para ir mais além’

Religioso pretende cursar direito e desenvolver projeto social para ressocialização de pessoas presas.

Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi

Aos 67 anos, o pastor evangélico João Batista Neto fará o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela quarta vez, a partir deste domingo (5), no Rio Grande do Norte. De acordo com ele, o objetivo é incentivar os próprios filhos e os jovens fiéis de sua igreja a continuarem estudando.

Ele afirma que fará a prova para tentar entrar no curso de direito e também pretende desenvolver um projeto social voltado à ressocialização de pessoas presas.

“Iniciei querendo ver meus filhos estudando. Eu achei que a idade não seria problema para mim, já que a cabeça é boa. Por outro lado, também quis incentivar minhas ovelhas jovens que muitas vezes desistem (dos estudos) logo após o ensino médio. Quero mostrar que dá para ir mais além”, afirma.
De acordo com o pastor, a preparação contou com rotina de três a quatro horas diárias de estudos. No Rio Grande do Norte, 288 pessoas com mais de 60 anos, como ele, se inscreveram no Enem 2023.

Mineiro, morando em Natal há 20 anos, o pastor afirma que ficou preso por 77 dias, em 2008, após uma acusação de estelionato. João diz que nunca cometeu o ato e passou anos lutando para provar a própria inocência. Por essa razão, pretende cursar direito e fazer um projeto social para ressocialização de apenados.

“Mesmo depois de inocentado, eu senti a necessidade dos presos de ter um projeto de vida. O governo não tem. Eles são jogados ali como bichos. Existem alguns irrecuperáveis, mas existem muitos que merecem uma nova chance, que podem ter uma nova vida, que podem ser úteis à sociedade. Eles saem do presídio sem nada, não têm trabalho. Então eu imagino um projeto em que ele sai e tem pelo menos um lugar pra ficar, uma casa de acolhimento. Ali ele vai ser encaminhado para um trabalho, vai ser acompanhado por psicólogos, que podem dar orientação, podem direcionar esse pessoal para uma nova vida”, afirma.

(Informações G1)

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