“Povo de Deus não incita manifestações”, diz pastor Jefferson Borges

Líder do Ministério Nova Igreja Batista também defendeu o respeito às divergências políticas e disse que o momento é de reconciliação

O pastor Jefferson Borges, líder do Ministério Nova Igreja Batista (NIB), uma das mais respeitadas denominações evangélicas de Cascavel, no Oeste do Paraná, pregou a unidade da igreja em torno de Cristo diante do atual momento político do Brasil, que beira a uma convulsão social com manifestações de norte a sul contra o resultado das eleições presidenciais.

No último domingo (6), ao ministrar o sermão ele afirmou que é muito difícil o Espírito Santo operar onde há falta de unidade. Ele destacou que todos são livres para se manifestarem politicamente, dentro da legalidade, mas ressaltou que o povo de Deus não incita manifestações.

“A gente, como povo de Deus, não incita a manifestações ou revoluções porque a gente confia no nosso Deus e o nosso padrão é Cristo”, afirmou durante a mensagem que teve como tema “Os maiores inimigos da igreja” listados como a falta de amor, religiosidade e falta de confiança em Deus.

O pastor Jefferson, que tem formação militar, destacou que para enxergar esses três inimigos da igreja, muitas vezes, é preciso de discernimento espiritual.

Ele lembrou que alguns pastores estão inflamando membros a participarem dos movimentos, mas destacou que a missão pastoral tem que ser apaziguar e não colocar “lenha na fogueira”. Para o pastor, a falta de amor é que está provocando essa divisão política dentro da igreja. “Isso não é obra de Deus”.

Os pensamentos políticos diferentes precisam ser respeitados, na visão do pastor Jefferson.

“Vamos respeitar a opinião de cada um, mas eu tenho certeza que a resposta vem dos céus, vem de Deus, não do ser humano”, enfatizou.

A falta de amor, continua o pastor, traz o julgamento, as postagens ofensivas nas redes sociais, acusações, contenda e divisão.

“A divisão do corpo de Cristo nunca vai ser obra de Deus”, afirma.

Para o pastor, a igreja vive um momento no país que precisa ser quebrantada. O momento é de reconciliação e unidade, independente da crença política.

O pastor lembrou, ainda, que a igreja não é aliançada com governos humanos, mas com os céus.

“Governo, política, tudo isso passa, mas a igreja de Cristo permanece eternamente”, diz.

Manifestações

As manifestações de rua que tomaram conta do Brasil desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito, no dia 30 de outubro, com um percentual pequeno de diferença de votos e não pararam até hoje. Nesta segunda-feira (7), houve confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina e no Pará.

Sem provas ou evidências, uma das alegações dos bolsonaristas que estão nas ruas é de que houve fraude nas eleições. Para o pastor, se isso for comprovado a lei precisa ser aplicada, mas ressaltou que o cristão não pode “ficar medindo a nossa vida ou se baseando e sendo direcionado por incertezas sobre aquilo que as pessoas falam na internet”.

Se a fraude não for comprovada é preciso respeitar o resultado das urnas.

“O povo brasileiro escolheu um presidente e se não tem nada comprovado vale o que foi feito”, afirma o pastor.

Pastor Jefferson destacou ainda que o povo de Deus não deve seguir as multidões, mas a Jesus Cristo.

“A nossa oração é para que Deus revele tudo o que está oculto, toda a fraude, toda a mentira, inclusive nas nossas vidas. Se a nossa vida é uma fraude precisa ser revelada. Se você na igreja é uma pessoa e lá fora é outra, isso é fraude também. O nome dessa fraude sabe qual é? Hipocrisia, uma das fraudes que Jesus mais combateu”, destacou.

Assista a ministração do pastor Jefferson Borges: