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Transplante de órgãos: HUOP explica como funciona e quais os critérios para doação

Com a doação de uma pessoa, até oito vidas podem ser salvas com os transplantes de rins, pulmões, coração, fígado, córneas, válvulas cardíacas.

Foto: Guilherme Silveira/UNIOESTE

Desde o dia 18 de agosto, o assunto de transplante de órgãos passou a ser um dos mais comentados nas redes sociais e nos veículos de comunicação nacional. A Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), explica quais os critérios para doação de órgãos no Brasil.

De acordo com Gelena Versa, coordenadora do CIHDOTT, no Brasil existem cerca de 65 mil pessoas na fila de espera para um transplante, desse número, 386 pacientes esperam por um transplante de coração no país.

“Todo paciente que está cadastrado para ser receptor de qualquer órgão no Brasil, deve passar por uma série de exames, além do tipo sanguíneo, é analisada a estrutura do doador e receptor, massa corpórea, idade, circunferência da caixa toráxica, tudo isso para que o órgão implantado se adapte e trabalhe de forma correta para que o paciente tenha uma vida normal após o período de adaptação e recuperação”, explicou Gelena.

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), é monitorado por meio da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT) do Ministério da Saúde, sendo responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país.

O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes em todo o território nacional. Apesar do grande volume de procedimentos de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande.

Com a doação de uma pessoa, até oito vidas podem ser salvas com os transplantes de rins, pulmões, coração, fígado, córneas, válvulas cardíacas.

Mais de 70% em captação de órgãos

O Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), obteve um número expressivo de captação de órgãos durante o ano de 2022. No total foram notificadas 77 Mortes Encefálicas (ME) e desse número, 31 captações de órgãos foram realizadas e houve somente 14 recusas para a doação de órgãos. O número de diagnósticos não concluídos e as exclusões para doação também constam na coleta de dados.

O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos diferentes examinam o mesmo paciente, sempre com a comprovação de exames complementares, que é interpretado por um terceiro médico, para comprovar a morte encefálica.

Após a comprovação da morte encefálica e a autorização da captação de órgãos pelos familiares; são notificados os pacientes que estão na fila de transplante e que são compatíveis com o possível doador. Depois de todo esse processo é realizada a comunicação entre a equipe responsável pela captação do órgão e a Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HUOP, sendo de responsabilidade dessas equipes a coleta do órgão a ser doado.

De acordo com a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT/HUOP), Gelena Versa, 2022 pode ser resumido em um ano de muito trabalho aos profissionais do Hospital.

“Nosso trabalho ao longo deste ano foi de acolhimento as famílias que perderam seus entes queridos em um momento difícil e ao mesmo tempo conseguimos converter o sofrimento em esperança de vida para outras pessoas que estão na fila por um transplante. Nosso principal objetivo é ajudar o próximo, salvar vidas, disseminando compaixão entre as pessoas”, explicou a coordenadora.

As pessoas que perdem um ente querido recebem todo o suporte psicoemocional dos profissionais do HUOP e em 2023, o foco é proporcionar cada vez mais ajuda e a captação de potenciais doadores de órgãos, se você tem vontade de fazer o bem, informe sua família e as pessoas mais próximas.

Como ser um doador

Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo. No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Há dois tipos de doador: o primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só serão doadores com autorização judicial.

O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

(Assessoria)

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